Falou-se de tudo um pouco: a importância da leitura (nomeadamente o projecto “Plano Nacional de Leitura: Ler e Escrever mais e melhor”) e como lemos e compreendemos os textos (investigação exploratória); a questão do cânone literário e da importância que pode ter para nós, enquanto leitores, outras obras que nos marcaram e transformaram a nossa visão do mundo. A importância da imaginação e da criatividade nos contextos da leitura mas também da sala de aula; a importância de nos apropriarmos dos textos e produzir outros textos; afeiçoá-los àquilo que somos porque “Crescer é afeiçoar as coisas a nosso modo” (como disse a professora M.ª Graciete Silva). Foi retomada a eterna discussão entre linguistas e literatos. Falou-se de manuais escolares, comparando Portugal a outros países europeus; a importância num professor de profundidade de conhecimento, paixão, sentido crítico e sabedoria em distinguir entre o essencial e o acessório. Discutiu-se o conhecimento gramatical implícito que as crianças já trazem ao entrar para a escola (e daí a conclusão que é necessário um maior diálogo entre investigadores e professores que estão no terreno), a importância de criar mais actividades didácticas e pôr em prática os conhecimentos. Falou-se de Gil Vicente e de História da Língua; de Camões e de tradição literária; de Alexandre O’Neill e da possibilidade em conjugar língua e literatura. E é claro a importância do texto poético e da aprendizagem da língua materna, ambos tem qualquer coisa (uns diriam um não sei quê) de intraduzível.
Falou-se de tantas outras coisas, aconteceu tantas outras coisas, nem era meu objectivo tentar resumi-las (como fiz no parágrafo anterior) porque sinto que foi tal e qual como a experiência de ler um poema que fez sentido em mim, isto é, li-o e apercebi-me que era mesmo aquilo, dizê-lo por outras palavras? Não consigo! Como muito bem resumiu Carlos Ceia, “um poema que encontrou as palavras que nunca poderemos dizer”.
O desafio de criar “o nosso programa da disciplina” (pela professora Graça Videira Lopes) e o desafio do professor Rui Zink em ver as coisas ao contrário (do outro lado do espelho da Alice, como referiu outro participante nas Jornadas) e perceber que “somos mais imaginativos quando não o queremos ser”.
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