quinta-feira, 8 de maio de 2008

Terra Sonâmbula


A obra de Mia Couto, Terra Sonâmbula, já está nos cinemas. Vale a pena ir ver.
"O que faz andar a estrada? É o sonho. Enquanto a gente sonhar a estrada permanecerá viva. É para isso que servem os caminhos, para nos fazerem parentes do futuro." (fala de Tuahir)
Terra Sonâmbula, publicado pela primeira vez em 1992, é um romance que retrata pelos olhos de essencialmente três personagens - Tuahir (um velho), Muidinga (um miúdo) e Kindzu (um homem, o narrador) - um pouco da realidade de Moçambique nos "recentes tempos de guerra". Numa mistura de desespero e esperança, realidade e fantasia, as personagens deste romance se intercruzam, se influenciam.
Muidinga, "um miúdo" que não sabe nada do seu passado caminha ao longo de uma estrada na companhia de Tuahir, "um velho". À medida que vão vivendo as suas próximas experiências entram no mundo de Kindzu, autor/escritor de uns cadernos encontrados dentro de uma maleta fechada.
Kindzu conta a sua vida nessas páginas mas também relata, com maior ou menor objectividade, a história de outras personagens, com o cenário da guerra, com o barulho das metralhadoras ao fundo. São histórias dentro de histórias.
À medida que o livro avança, apercebemo-nos das coincidências entre os dois mundos que se cruzam enfim num misto de magia, mistério e esperança.
Para quem ainda não leu, aconselho vivamente.

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