Poema:
Nasci nu, diz Deus,
para que saibas despojar-te de ti mesmo.
Nasci pobre,
para que possas socorrer quem é pobre.
Nasci frágil, diz Deus,
para que nunca tenhas medo de Mim.
Nasci por amor
para que não duvides nunca do meu amor.
Nasci pessoa, diz Deus,
para que nunca tenhas vergonha de ser tu mesmo.
Nasci perseguido,
para que saibas aceitar as dificuldades.
Nasci na simplicidade,
para que deixes de ser complicado.
Nasci na tua vida, diz Deus,
para te levar, a ti e a todos,
para a casa do Pai.
Lambert Noben
Que haja Natal nos vossos corações, queridos leitores, que Jesus nasça verdadeiramente na vossa vida.
Continuação de um bom dia,
Anita.
quinta-feira, 25 de dezembro de 2008
segunda-feira, 22 de dezembro de 2008
Natal
Neste tempo de Natal, há pessoas que questionam se haverá mesmo um Deus, se terá nascido um Deus menino (afinal, é por ele que festejamos o Natal!). Mas também há quem ponha em causa a existência do Pai Natal. Ouvir um adulto a dizê-lo é vulgar, mas é triste quando ouvimos uma criança de 7 anos a dizer que o Pai Natal não existe. É como dizer que o Amor, a Amizade, a Partilha, a Solidariedade (e todos os outros grandes valores) não existem.
Desafio-os a fecharem os olhos, a libertarem e a ouvirem a criança que há em vós dizer-vos esta grande verdade: O Pai Natal existe! Ficaram chocados, meus queridos leitores? Pensam que perdi o juízo de vez? Não... ainda não foi desta pelo menos.
Há muito, muito tempo, uma criança questionou-se sobre isto mesmo. E houve um adulto que lhe não cortou as asas da imaginação, mas fê-la voar para longe... oh! muito longe. Porque a imaginação é como uma andorinha, voa e voa, sem se preocupar com as fronteiras, é livre!
Vamos ouvi-la de novo, para que o consumismo e o "corre-corre" do dia-a-dia não nos faça esquecer que o Natal é abrir o nosso coração e os nossos olhos, abri-lo para Jesus e para tudo o que ele representa: o Amor, a Paz, a Tolerância, a Compreensão, a Paciência, .... E é ver todas as pequenas coisas, e é ver o outro como um outro Eu, e é ajudar quem precisa, e é deixar permanecer em nós esse bocadinho que nos faz ser crianças: esse acreditar em coisas impossíveis, esse ter esperança no amanhã (e no hoje já, porque não?), é esse sonhar acordado e construir outro mundo, um mundo bem melhor.
Desafio-os a fecharem os olhos, a libertarem e a ouvirem a criança que há em vós dizer-vos esta grande verdade: O Pai Natal existe! Ficaram chocados, meus queridos leitores? Pensam que perdi o juízo de vez? Não... ainda não foi desta pelo menos.
Há muito, muito tempo, uma criança questionou-se sobre isto mesmo. E houve um adulto que lhe não cortou as asas da imaginação, mas fê-la voar para longe... oh! muito longe. Porque a imaginação é como uma andorinha, voa e voa, sem se preocupar com as fronteiras, é livre!
Vamos ouvi-la de novo, para que o consumismo e o "corre-corre" do dia-a-dia não nos faça esquecer que o Natal é abrir o nosso coração e os nossos olhos, abri-lo para Jesus e para tudo o que ele representa: o Amor, a Paz, a Tolerância, a Compreensão, a Paciência, .... E é ver todas as pequenas coisas, e é ver o outro como um outro Eu, e é ajudar quem precisa, e é deixar permanecer em nós esse bocadinho que nos faz ser crianças: esse acreditar em coisas impossíveis, esse ter esperança no amanhã (e no hoje já, porque não?), é esse sonhar acordado e construir outro mundo, um mundo bem melhor.
sábado, 20 de dezembro de 2008
Sobre os dedos...
Provérbio Popular: "Temos cinco dedos na mão e nenhum é igual".
Rimas Infantis:
Este é o dedo mindinho,
este é o seu vizinho,
este é o maioral,
este é o fura-bolos
e este é o mata-piolhos.
Este achou um ovo,
este assou-o,
este comeu-o,
este pediu-lhe dele
e este disse: A mim, a mim,
que sou mais pequenino!
Divirtam-se!!!
Rimas Infantis:
Este é o dedo mindinho,
este é o seu vizinho,
este é o maioral,
este é o fura-bolos
e este é o mata-piolhos.
Este achou um ovo,
este assou-o,
este comeu-o,
este pediu-lhe dele
e este disse: A mim, a mim,
que sou mais pequenino!
Divirtam-se!!!
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sábado, 6 de dezembro de 2008
Oportunidade Única
Palavra de Trapos: As Línguas que os Livros Falam
Conferência sobre Literatura Infantil
Fundação Calouste Gulbenkian
15 e 16/12/2008
09h00 - 18h00
Aud. 2
Entrada livre
15 de Dezembro, Segunda-feira
09h30 Sessão de Abertura
Ministro da Cultura
Fundação Calouste Gulbenkian
09h45 Conferência de Abertura
Manuel António Pina
11h00 Palavras Rimadas
José António Gomes (Comunicação de Enquadramento)
José Jorge Letria
Ana Luísa Amaral
Anabela Mota Ribeiro (moderadora)
14h30 Palavras de Outrora, Agora
Ana Paula Guimarães (Comunicação de Enquadramento)
Manuela Júdice
Alice Vieira
Rui Lagartinho (moderador)
16h00 Palavras Trocadas
Sara Reis da Silva (Comunicação de Enquadramento)
Luísa Ducla Soares
Bernardo Carvalho
Ana Margarida Carvalho (moderadora)
Dia 16 de Dezembro, Terça-feira
09h00 Palavras Pintadas
João Paulo Cotrim (Comunicação de Enquadramento)
Vicente Ferrer
António Torrado
Luís Henriques
João Miguel Tavares (moderador)
11h00 Palavra de Bicho
Ana Margarida Ramos (Comunicação de Enquadramento)
Mesa Redonda: Maria Teresa Maia Gonzalez
Manuel António Pina
Álvaro Magalhães
Luísa Dacosta
12h30 Sessão de Encerramento
Eduardo Filipe – Relator
Rita Taborda Duarte - Comissária
Fundação Calouste Gulbenkian
Aproveitem!!!
Conferência sobre Literatura Infantil
Fundação Calouste Gulbenkian
15 e 16/12/2008
09h00 - 18h00
Aud. 2
Entrada livre
15 de Dezembro, Segunda-feira
09h30 Sessão de Abertura
Ministro da Cultura
Fundação Calouste Gulbenkian
09h45 Conferência de Abertura
Manuel António Pina
11h00 Palavras Rimadas
José António Gomes (Comunicação de Enquadramento)
José Jorge Letria
Ana Luísa Amaral
Anabela Mota Ribeiro (moderadora)
14h30 Palavras de Outrora, Agora
Ana Paula Guimarães (Comunicação de Enquadramento)
Manuela Júdice
Alice Vieira
Rui Lagartinho (moderador)
16h00 Palavras Trocadas
Sara Reis da Silva (Comunicação de Enquadramento)
Luísa Ducla Soares
Bernardo Carvalho
Ana Margarida Carvalho (moderadora)
Dia 16 de Dezembro, Terça-feira
09h00 Palavras Pintadas
João Paulo Cotrim (Comunicação de Enquadramento)
Vicente Ferrer
António Torrado
Luís Henriques
João Miguel Tavares (moderador)
11h00 Palavra de Bicho
Ana Margarida Ramos (Comunicação de Enquadramento)
Mesa Redonda: Maria Teresa Maia Gonzalez
Manuel António Pina
Álvaro Magalhães
Luísa Dacosta
12h30 Sessão de Encerramento
Eduardo Filipe – Relator
Rita Taborda Duarte - Comissária
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sexta-feira, 5 de dezembro de 2008
A Princesa e a Ervilha
Vamos passar a ter um dia por semana dedicado à Literatura Tradicional, Portuguesa ou não. Hoje apresento-vos um conto de Hans Christian Andersen. Espero que gostem!
Era uma vez um príncipe que queria casar com uma princesa — mas tinha de ser uma princesa verdadeira. Por isso, foi viajar pelo mundo fora para encontrar uma, mas havia sempre qualquer coisa que não estava certa. Viu muitas princesas, mas nunca tinha a certeza de serem genuínas havia sempre qualquer coisa, isto ou aquilo, que não parecia estar como devia ser. Por fim, regressou a casa, muito abatido, porque queria uma princesa verdadeira.
Uma noite houve uma terrível tempestade; os trovões ribombavam, os raios rasgavam o céu e a chuva caía em torrentes — era apavorante. No meio disso tudo, alguém bateu à porta e o velho rei foi abrir.
Deparou com uma princesa. Mas, meu Deus!, o estado em que ela estava! A água escorria-lhe pelos cabelos e pela roupa e saía pelas biqueiras e pela parte de trás dos sapatos. No entanto, ela afirmou que era uma princesa de verdade.
— Bem, já vamos ver isso — pensou a velha rainha. Não disse uma palavra, mas foi ao quarto de hóspedes, desmanchou a cama toda e pôs uma pequena ervilha no colchão. Depois empilhou mais vinte colchões e vinte cobertores por cima. A princesa iria dormir nessa cama.
De manhã, perguntaram-lhe se tinha dormido bem.
— Oh, pessimamente! Não preguei olho toda a noite! Só Deus sabe o que havia na cama, mas senti uma coisa dura que me encheu de nódoas negras. Foi horrível.
Então ficaram com a certeza de terem encontrado uma princesa verdadeira, pois ela tinha sentido a ervilha através de vinte colchões e vinte cobertores. Só uma princesa verdadeira podia ser tão sensível.
Então o príncipe casou com ela; não precisava de procurar mais. A ervilha foi para o museu; podem ir lá vê-la, se é que ninguém a tirou.
Aqui têm uma bela história!
Conclusão Pessoal: um pormenor faz toda a diferença!
Era uma vez um príncipe que queria casar com uma princesa — mas tinha de ser uma princesa verdadeira. Por isso, foi viajar pelo mundo fora para encontrar uma, mas havia sempre qualquer coisa que não estava certa. Viu muitas princesas, mas nunca tinha a certeza de serem genuínas havia sempre qualquer coisa, isto ou aquilo, que não parecia estar como devia ser. Por fim, regressou a casa, muito abatido, porque queria uma princesa verdadeira.
Uma noite houve uma terrível tempestade; os trovões ribombavam, os raios rasgavam o céu e a chuva caía em torrentes — era apavorante. No meio disso tudo, alguém bateu à porta e o velho rei foi abrir.
Deparou com uma princesa. Mas, meu Deus!, o estado em que ela estava! A água escorria-lhe pelos cabelos e pela roupa e saía pelas biqueiras e pela parte de trás dos sapatos. No entanto, ela afirmou que era uma princesa de verdade.
— Bem, já vamos ver isso — pensou a velha rainha. Não disse uma palavra, mas foi ao quarto de hóspedes, desmanchou a cama toda e pôs uma pequena ervilha no colchão. Depois empilhou mais vinte colchões e vinte cobertores por cima. A princesa iria dormir nessa cama.
De manhã, perguntaram-lhe se tinha dormido bem.
— Oh, pessimamente! Não preguei olho toda a noite! Só Deus sabe o que havia na cama, mas senti uma coisa dura que me encheu de nódoas negras. Foi horrível.
Então ficaram com a certeza de terem encontrado uma princesa verdadeira, pois ela tinha sentido a ervilha através de vinte colchões e vinte cobertores. Só uma princesa verdadeira podia ser tão sensível.
Então o príncipe casou com ela; não precisava de procurar mais. A ervilha foi para o museu; podem ir lá vê-la, se é que ninguém a tirou.
Aqui têm uma bela história!
Conclusão Pessoal: um pormenor faz toda a diferença!
Homenagem a uma grande amiga
"O essencial é invisível para os olhos".
"Foi o tempo que perdeste com a tua rosa, que tornou a tua rosa tão importante".
Principezinho, Antoine de Saint-Exupéry
O dia 5 de Dezembro foi um dia triste, mais triste foi o dia a seguir e os outros que se seguiram. É incrível como já lá vão três anos, já acabei a licenciatura, já estou no mestrado. Já trabalho, não como professora, mas na minha área. A nossa cidade mudou, está quase irreconhecível…, o tempo está mais frio e menos chuvoso, os Jogos Olímpicos foram na China, o Obama é Presidente, … enfim, tanta coisa que aconteceu!
Mas o dia 5 de Dezembro foi triste e talvez continue sendo triste por alguns anos… é mesmo assim… há dias tristes (dias fastos e nefastos, já disso os latinos tinham consciência).
Ainda revivo essa semana como se fosse um sonho, não consigo dizer exactamente o que aconteceu, já não estou certa do que senti, do que ouvi, do que presenciei. Não estou certa se tudo não foi mesmo um sonho e ainda estás aí, algures, esperando por mim, para irmos juntas para a escola.
Já recebi muitas notícias tristes, mas aquela acho que foi a mais triste, a mais difícil de acreditar e de compreender. Quando pensamos as coisas de uma maneira, quando vemos o mundo com óculos cor-de-rosa, com a certeza de que nós e os que nos rodeiam estão protegidos, é difícil aceitar injustiças e a “não-lógica” de Deus. E é difícil perdoar…
Foi no dia 6 de Dezembro que recebi a notícia. Sei que estava a almoçar, que não consegui comer mais nada, que fui para casa na companhia da M. e desatei a chorar quando ela me perguntou se estava bem. Sei que a C. me telefonou porque soubera da notícia e queria saber se estava bem. Sei que fui à nossa escola, não sei bem por quê, procurar alguém que me pudesse abraçar, alguém que compreendesse a minha dor. E encontrei! Nos dias, meses que se seguiram tentámos “remediar” as coisas, fazer justiça, mas já não havia nada a fazer. Apenas seguir com as nossas vidas…
Assim foi, me disseram, que algures no meio do deserto que é o nosso mundo, desapareceste tal qual o Principezinho. Ficamos sem saber ao certo o final da história, ficamos na dúvida. Mas há uma certeza que fica e que dói: já lá não está o Principezinho, nem tu estás entre nós. E penso que a Terra ficou mais pobre, sem Principezinho, que nos traz todo um simbolismo de pureza, de amizade, de verdade, de essência; e penso que a Terra ficou mais pobre, sem ti, minha amiga do coração, que nos trouxeste muitas vezes actos de beleza e de amizade, de verdade e de perdão, que não se encontram muito por aqui.
Contudo, não posso ser tão pessimista: acredito que semeaste boas sementes no coração de outras pessoas e que elas irão dar fruto a seu tempo.
Foste um autêntico Principezinho entre nós: teimosa, orgulhosa, determinada, crítica, forte apesar de frágil, …, mas sempre a pensar nas “flores” que deixaste sozinhas e que apenas têm três espinhos para se defenderem, mesmo quando esses mesmos espinhos já fizeram muitas feridas. Sempre a pensar em melhorar a situação do outro, a defender e a perdoar quem amas e não merece.
Sabes Ana, durante muito tempo ouvi os guizos nas estrelas, olhava para elas todas as noites e sorria, porque sabia que estavas bem, finalmente, tinhas que estar, não é? Precisava de acreditar que sim. E ao ver as estrelas, fui compreendo que não estavas totalmente ausente. A propósito do Principezinho, há uma frase que eu gosto muito: “Nem tudo acaba quando a vida terrena termina, em qualquer estrela do céu se pode ver a luz de uma alma que partiu”. Esta frase posso aplicá-la a ti, posso continuar a pensar que estás aí, algures, nesse Universo profundo e misterioso.
Sabes Ana, agora já não olho as estrelas todas as noites, mas penso em ti muitas vezes: penso no que poderias ter sido, nos tantos sonhos e projectos que poderias concretizar. Ainda me esqueço do que aconteceu e penso ver-te em alguém parecido contigo… depois lembro-me. Ainda vejo os teus problemas e dúvidas em outras pessoas e penso que tenho o dever de ajudar, que posso ajudar. E penso que até já ajudei alguém, por aquilo que me ensinaste, pelo menos deixei “marca”… Também vejo as tuas qualidades, pessoas que me surpreendem com os seus actos e palavras… e sorrio, porque ainda existem boas pessoas no mundo. Mas quantas mais poderias tu influenciar?
E também penso quantas pessoas tiveram a sorte de cruzar o seu caminho com o teu e tiveram oportunidade de ter uma grande amiga como tu. Apesar de já não estares aqui, sinto-me privilegiada… num postal de um dos meus aniversários, escreveste que tudo aquilo que tinhas escrito, tinha sido eu a ensinar-te, mas sinto que me ensinaste mais ainda. Ajudaste-me a crescer e a ver o mundo de outra maneira; ajudaste-me a crer nas pessoas, mesmo que por vezes me desiluda com elas; ajudaste-me a ver os que são diferentes de nós; ajudaste-me a sentir importante e a responsabilizar-me por cada palavra ou por cada acção.
Mas seguirei em frente, Ana, com coragem e determinação, com um sorriso no rosto. Sem culpas, sem remorsos, apenas com a consciência de que fiz o que estava ao meu alcance, que fiz o que as minhas capacidades limitadas de ver e mudar o mundo me consentiram. Sei que perdoaste todas aquelas coisas que fiz menos bem ou aquilo que deveria ter feito (hoje sei!) e não fiz… e sei, conscientemente, que sempre desejaste a minha felicidade.
Trabalharei para ser feliz e nunca te esquecerei!
Anita
"Foi o tempo que perdeste com a tua rosa, que tornou a tua rosa tão importante".
Principezinho, Antoine de Saint-Exupéry
O dia 5 de Dezembro foi um dia triste, mais triste foi o dia a seguir e os outros que se seguiram. É incrível como já lá vão três anos, já acabei a licenciatura, já estou no mestrado. Já trabalho, não como professora, mas na minha área. A nossa cidade mudou, está quase irreconhecível…, o tempo está mais frio e menos chuvoso, os Jogos Olímpicos foram na China, o Obama é Presidente, … enfim, tanta coisa que aconteceu!
Mas o dia 5 de Dezembro foi triste e talvez continue sendo triste por alguns anos… é mesmo assim… há dias tristes (dias fastos e nefastos, já disso os latinos tinham consciência).
Ainda revivo essa semana como se fosse um sonho, não consigo dizer exactamente o que aconteceu, já não estou certa do que senti, do que ouvi, do que presenciei. Não estou certa se tudo não foi mesmo um sonho e ainda estás aí, algures, esperando por mim, para irmos juntas para a escola.
Já recebi muitas notícias tristes, mas aquela acho que foi a mais triste, a mais difícil de acreditar e de compreender. Quando pensamos as coisas de uma maneira, quando vemos o mundo com óculos cor-de-rosa, com a certeza de que nós e os que nos rodeiam estão protegidos, é difícil aceitar injustiças e a “não-lógica” de Deus. E é difícil perdoar…
Foi no dia 6 de Dezembro que recebi a notícia. Sei que estava a almoçar, que não consegui comer mais nada, que fui para casa na companhia da M. e desatei a chorar quando ela me perguntou se estava bem. Sei que a C. me telefonou porque soubera da notícia e queria saber se estava bem. Sei que fui à nossa escola, não sei bem por quê, procurar alguém que me pudesse abraçar, alguém que compreendesse a minha dor. E encontrei! Nos dias, meses que se seguiram tentámos “remediar” as coisas, fazer justiça, mas já não havia nada a fazer. Apenas seguir com as nossas vidas…
Assim foi, me disseram, que algures no meio do deserto que é o nosso mundo, desapareceste tal qual o Principezinho. Ficamos sem saber ao certo o final da história, ficamos na dúvida. Mas há uma certeza que fica e que dói: já lá não está o Principezinho, nem tu estás entre nós. E penso que a Terra ficou mais pobre, sem Principezinho, que nos traz todo um simbolismo de pureza, de amizade, de verdade, de essência; e penso que a Terra ficou mais pobre, sem ti, minha amiga do coração, que nos trouxeste muitas vezes actos de beleza e de amizade, de verdade e de perdão, que não se encontram muito por aqui.
Contudo, não posso ser tão pessimista: acredito que semeaste boas sementes no coração de outras pessoas e que elas irão dar fruto a seu tempo.
Foste um autêntico Principezinho entre nós: teimosa, orgulhosa, determinada, crítica, forte apesar de frágil, …, mas sempre a pensar nas “flores” que deixaste sozinhas e que apenas têm três espinhos para se defenderem, mesmo quando esses mesmos espinhos já fizeram muitas feridas. Sempre a pensar em melhorar a situação do outro, a defender e a perdoar quem amas e não merece.
Sabes Ana, durante muito tempo ouvi os guizos nas estrelas, olhava para elas todas as noites e sorria, porque sabia que estavas bem, finalmente, tinhas que estar, não é? Precisava de acreditar que sim. E ao ver as estrelas, fui compreendo que não estavas totalmente ausente. A propósito do Principezinho, há uma frase que eu gosto muito: “Nem tudo acaba quando a vida terrena termina, em qualquer estrela do céu se pode ver a luz de uma alma que partiu”. Esta frase posso aplicá-la a ti, posso continuar a pensar que estás aí, algures, nesse Universo profundo e misterioso.
Sabes Ana, agora já não olho as estrelas todas as noites, mas penso em ti muitas vezes: penso no que poderias ter sido, nos tantos sonhos e projectos que poderias concretizar. Ainda me esqueço do que aconteceu e penso ver-te em alguém parecido contigo… depois lembro-me. Ainda vejo os teus problemas e dúvidas em outras pessoas e penso que tenho o dever de ajudar, que posso ajudar. E penso que até já ajudei alguém, por aquilo que me ensinaste, pelo menos deixei “marca”… Também vejo as tuas qualidades, pessoas que me surpreendem com os seus actos e palavras… e sorrio, porque ainda existem boas pessoas no mundo. Mas quantas mais poderias tu influenciar?
E também penso quantas pessoas tiveram a sorte de cruzar o seu caminho com o teu e tiveram oportunidade de ter uma grande amiga como tu. Apesar de já não estares aqui, sinto-me privilegiada… num postal de um dos meus aniversários, escreveste que tudo aquilo que tinhas escrito, tinha sido eu a ensinar-te, mas sinto que me ensinaste mais ainda. Ajudaste-me a crescer e a ver o mundo de outra maneira; ajudaste-me a crer nas pessoas, mesmo que por vezes me desiluda com elas; ajudaste-me a ver os que são diferentes de nós; ajudaste-me a sentir importante e a responsabilizar-me por cada palavra ou por cada acção.
Mas seguirei em frente, Ana, com coragem e determinação, com um sorriso no rosto. Sem culpas, sem remorsos, apenas com a consciência de que fiz o que estava ao meu alcance, que fiz o que as minhas capacidades limitadas de ver e mudar o mundo me consentiram. Sei que perdoaste todas aquelas coisas que fiz menos bem ou aquilo que deveria ter feito (hoje sei!) e não fiz… e sei, conscientemente, que sempre desejaste a minha felicidade.
Trabalharei para ser feliz e nunca te esquecerei!
Anita
segunda-feira, 1 de dezembro de 2008
AMIGOS
Um lindo poema de Vinicius de Moraes:
Tenho amigos que não sabem o quanto são meus amigos. Não percebem o amor que lhes devoto e a absoluta necessidade que tenho deles.
A Amizade é um sentimento mais nobre do que o Amor, eis que permite que o objecto dela se divida em outros afectos, enquanto o Amor tem intrínseco o ciúme, que não admite rivalidade.
E eu poderia suportar, embora não sem dor, que tivessem morrido todos os meus amores, mas enlouqyeceria se morressem todos os meus amigos! Até mesmo aqueles que não percebem o quanto são meus amigos e o quanto a minha vida depende das suas existências...
A alguns deles não procuro, basta-me saber que eles existem. Esta mera condição me encoraja a seguir em frente pela vida. Mas, porque não os procuro com assiduidade, não lhes posso dizer o quanto gosto deles. Eles não iriam acreditar.
Mas é delicioso que eu saiba e sinta que os adoro, embora não declare e não os procure. E às vezes, quando os procuro, noto que eles não têm noção de como me são necessários, de como são indispensáveis ao meu equilíbrio vital, porque elesfazem parte do mundo que eu, tremulamente, construí e se tornam alicerces do meu encanto pela vida.
Se um deles morrer, eu ficarei torto para um lado. Se todos eles morrerem, eu desabo!
Por isso, é que sem que eles saibam, eu rezo pela vida deles. E me envergonho, porque essa minha prece, é, em síntese, dirigida ao meu bem-estar. Ela é, talvez, fruto do meu egoísmo.
Por vezes, mergulho em pensamentos sobre alguns deles. Quando viajo e fico diante de lugares maravilhosos, cai-me alguma lágrima por não estarem junto de mim, compartilhando daquele prazer.
Se alguma coisa me consome e me envelhece é que a roda furiosa da vida não me permite ter sempre ao meu lado, morando comigo, andando comigo, falando comigo, vivendo comigo, todos os meus amigos, e , principalmente, os que só descofiam ou talvez nunca vão saber que são meus amigos!
A gente não faz amigos, reconhece-os!!!
*Dedico este poema a todas as pessoas, a quem eu chamo AMIGO.
Bjinhos e uma boa semana,
Anita.
Tenho amigos que não sabem o quanto são meus amigos. Não percebem o amor que lhes devoto e a absoluta necessidade que tenho deles.
A Amizade é um sentimento mais nobre do que o Amor, eis que permite que o objecto dela se divida em outros afectos, enquanto o Amor tem intrínseco o ciúme, que não admite rivalidade.
E eu poderia suportar, embora não sem dor, que tivessem morrido todos os meus amores, mas enlouqyeceria se morressem todos os meus amigos! Até mesmo aqueles que não percebem o quanto são meus amigos e o quanto a minha vida depende das suas existências...
A alguns deles não procuro, basta-me saber que eles existem. Esta mera condição me encoraja a seguir em frente pela vida. Mas, porque não os procuro com assiduidade, não lhes posso dizer o quanto gosto deles. Eles não iriam acreditar.
Mas é delicioso que eu saiba e sinta que os adoro, embora não declare e não os procure. E às vezes, quando os procuro, noto que eles não têm noção de como me são necessários, de como são indispensáveis ao meu equilíbrio vital, porque elesfazem parte do mundo que eu, tremulamente, construí e se tornam alicerces do meu encanto pela vida.
Se um deles morrer, eu ficarei torto para um lado. Se todos eles morrerem, eu desabo!
Por isso, é que sem que eles saibam, eu rezo pela vida deles. E me envergonho, porque essa minha prece, é, em síntese, dirigida ao meu bem-estar. Ela é, talvez, fruto do meu egoísmo.
Por vezes, mergulho em pensamentos sobre alguns deles. Quando viajo e fico diante de lugares maravilhosos, cai-me alguma lágrima por não estarem junto de mim, compartilhando daquele prazer.
Se alguma coisa me consome e me envelhece é que a roda furiosa da vida não me permite ter sempre ao meu lado, morando comigo, andando comigo, falando comigo, vivendo comigo, todos os meus amigos, e , principalmente, os que só descofiam ou talvez nunca vão saber que são meus amigos!
A gente não faz amigos, reconhece-os!!!
*Dedico este poema a todas as pessoas, a quem eu chamo AMIGO.
Bjinhos e uma boa semana,
Anita.
PARABÉNS
Fiz anos dia 28 de Novembro!
Escrevo-o porque acho que vale sempre a pena recordar e marcar os momentos importantes da nossa existência.
Foi um dia bonito, assim como o seguinte.
As melhores prendas que recebi foram a companhia dos meus pais, do meu tio, dos meus padrinhos e dos meus grandes amigos. Foi graças a todos eles que passei, mesmo cansada, dois dias maravilhosos que quero recordar.
*PARABÉNS* Anita.
Que faças muitos e muitos anos, com saúde e alegria.
Que continues a sorrir e a acreditar nas "coisas impossíveis".
Que tenhas força, coragem e determinação e nunca desesperes ao mais leve sinal de contradição.
Que nunca desanimes nem percas o entusiasmo - ("O sucesso é ir de fracasso em fracasso, sem perder entusiasmo" Winston Churchill).
Que mantenhas a cabeça erguida quando tens razão e a vergues quando não a tens.
Que conserves os amigos, com pensamentos, palavras e atitudes.
Que semeies boas sementes, com muito amor e tires com cuidado as ervas daninhas que já não te servem.
Que te respeites sempre e que respeites os outros.
Que te ames e que te perdoes, fazendo cada dia melhor.
CARPE DIEM - vive o dia de hoje!
SÊ FELIZ!!! =)
Escrevo-o porque acho que vale sempre a pena recordar e marcar os momentos importantes da nossa existência.
Foi um dia bonito, assim como o seguinte.
As melhores prendas que recebi foram a companhia dos meus pais, do meu tio, dos meus padrinhos e dos meus grandes amigos. Foi graças a todos eles que passei, mesmo cansada, dois dias maravilhosos que quero recordar.
*PARABÉNS* Anita.
Que faças muitos e muitos anos, com saúde e alegria.
Que continues a sorrir e a acreditar nas "coisas impossíveis".
Que tenhas força, coragem e determinação e nunca desesperes ao mais leve sinal de contradição.
Que nunca desanimes nem percas o entusiasmo - ("O sucesso é ir de fracasso em fracasso, sem perder entusiasmo" Winston Churchill).
Que mantenhas a cabeça erguida quando tens razão e a vergues quando não a tens.
Que conserves os amigos, com pensamentos, palavras e atitudes.
Que semeies boas sementes, com muito amor e tires com cuidado as ervas daninhas que já não te servem.
Que te respeites sempre e que respeites os outros.
Que te ames e que te perdoes, fazendo cada dia melhor.
CARPE DIEM - vive o dia de hoje!
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