Palavra de Trapos: As Línguas que os Livros Falam
Conferência sobre Literatura Infantil
Fundação Calouste Gulbenkian
15 e 16/12/2008
09h00 - 18h00
Aud. 2
Entrada livre
15 de Dezembro, Segunda-feira
09h30 Sessão de Abertura
Ministro da Cultura
Fundação Calouste Gulbenkian
09h45 Conferência de Abertura
Manuel António Pina
11h00 Palavras Rimadas
José António Gomes (Comunicação de Enquadramento)
José Jorge Letria
Ana Luísa Amaral
Anabela Mota Ribeiro (moderadora)
14h30 Palavras de Outrora, Agora
Ana Paula Guimarães (Comunicação de Enquadramento)
Manuela Júdice
Alice Vieira
Rui Lagartinho (moderador)
16h00 Palavras Trocadas
Sara Reis da Silva (Comunicação de Enquadramento)
Luísa Ducla Soares
Bernardo Carvalho
Ana Margarida Carvalho (moderadora)
Dia 16 de Dezembro, Terça-feira
09h00 Palavras Pintadas
João Paulo Cotrim (Comunicação de Enquadramento)
Vicente Ferrer
António Torrado
Luís Henriques
João Miguel Tavares (moderador)
11h00 Palavra de Bicho
Ana Margarida Ramos (Comunicação de Enquadramento)
Mesa Redonda: Maria Teresa Maia Gonzalez
Manuel António Pina
Álvaro Magalhães
Luísa Dacosta
12h30 Sessão de Encerramento
Eduardo Filipe – Relator
Rita Taborda Duarte - Comissária
Fundação Calouste Gulbenkian
Aproveitem!!!
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sábado, 6 de dezembro de 2008
terça-feira, 24 de junho de 2008
Um pouco de poesia
“As Palavras Interditas”, Eugénio de Andrade (1951)
Os navios existem e existe o teu rosto
encostado ao rosto dos navios.
Sem nenhum destino flutuam nas cidades,
partem no vento, regressam nos rios.
Na areia branca, onde o tempo começa,
uma criança passa de costas para o mar.
Anoitece. Não há dúvida, anoitece.
É preciso partir, é preciso ficar.
Os hospitais cobrem-se de cinza.
Ondas de sombra quebram nas esquinas.
Amo-te... E entram pela janela
as primeiras luzes das colinas.
As palavras que te envio são interditas
até, meu amor, pelo halo das searas;
se alguma regressasse, nem já reconhecia
o teu nome nas minhas curvas claras.
Dói-me esta água, este ar que se respira,
dói-me esta solidão de pedra escura,
e estas mãos nocturnas onde aperto
os meus dias quebrados na cintura.
E a noite cresce apaixonadamente.
Nas suas margens nuas, desoladas,
cada homem tem apenas para dar
um horizonte de cidades bombardeadas.
Os navios existem e existe o teu rosto
encostado ao rosto dos navios.
Sem nenhum destino flutuam nas cidades,
partem no vento, regressam nos rios.
Na areia branca, onde o tempo começa,
uma criança passa de costas para o mar.
Anoitece. Não há dúvida, anoitece.
É preciso partir, é preciso ficar.
Os hospitais cobrem-se de cinza.
Ondas de sombra quebram nas esquinas.
Amo-te... E entram pela janela
as primeiras luzes das colinas.
As palavras que te envio são interditas
até, meu amor, pelo halo das searas;
se alguma regressasse, nem já reconhecia
o teu nome nas minhas curvas claras.
Dói-me esta água, este ar que se respira,
dói-me esta solidão de pedra escura,
e estas mãos nocturnas onde aperto
os meus dias quebrados na cintura.
E a noite cresce apaixonadamente.
Nas suas margens nuas, desoladas,
cada homem tem apenas para dar
um horizonte de cidades bombardeadas.
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