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quinta-feira, 17 de abril de 2008
Ítaca
Konstantinos Kaváfis (1863 – 1933)
Ítaca (1911)
Quando partires em direcção a Ítaca,
reza para que o caminho seja longo,
repleto de aventuras e pleno de conhecimento.
Não temas Laestrigones e Ciclopes nem o furioso Poseidon:
Nunca os encontrarás no teu caminho
enquanto mantiveres o teu espírito elevado,
enquanto uma rara emoção agitar o teu espírito e o teu corpo.
Nunca encontrarás os Ciclopes ou outros monstros
a não ser que os tragas contigo dentro da tua alma,
a não ser que a tua alma os crie em frente a ti.
Deseja que o caminho seja bem longo
para que haja muitas manhãs de verão em que,
com quanto prazer, com tanta alegria,
entres em portos que vês pela primeira vez;
Para que possas parar em postos de comércio fenícios
para comprar coisas finas, madrepérola, coral e âmbar
e perfumes sensuais de todos os tipos -
tantos quantos puderes encontrar;
e para que possas visitar muitas cidades egípcias
e aprender com um povo que tem tanto a ensinar.
Terás sempre Ítaca no teu espírito
Lá chegar é o teu destino último.
Mas não te apresses nunca na viagem.
É melhor que ela dure muitos anos,
que sejas velho já ao ancorar da ilha
Rico do que foi teu pelo caminho e sem
esperar que Ítaca te dê riquezas.
Ítaca deu-te essa viagem esplêndida.
Sem Ítaca não terias partido.
Mas Ítaca não tem mais para dar-te.
Por pobre que a descubras, Ítaca não te traiu.
Sábio como és agora, senhor de tanta experiência,
Terás compreendido o sentido de Ítaca.
Fontes (adaptação):
a) Alegre, Manuel (1999). “Atlântico, minha página, Atlântico, minha pátria” in Mildonian, Paola (coord, 2002). A Porta do Oriente: Viagens e Poesia. Lisboa: Edições Cosmos.
b) Coelho, Paulo (2005). O Zahir. Cascais: Pergaminho.
c) Wikipédia.
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