sábado, 4 de julho de 2009

Pensamentos...

Quando o aluno de repente descobre algo que nunca tinha pensado, algo que surgiu no seu espírito como uma iluminação pura e inesperada ganha um brilho no seu olhar e força nos dedos para exprimir o seu pensamento.

Começa a relacionar duas coisas (ou mais) que podem ser distantes, ou seja, diferentes. E essa descoberta leva-o a acreditar no seu poder construtivo, começa a ver as coisas de outra maneira e a sua imaginação voa para longe.

O novelo de lã começa a ser desfiado, a roca começa a trabalhar e os dedos ajudam a criar uma manta de retalhos feita de fios de várias cores. Assim ele faz o texto.

O Mestre deve apoiá-lo: mesmo que considere a coisa mais simples do mundo e ele próprio ou outros já tenham pensado nela. Mesmo que a considere insignificante ou inútil.

Mesmo que essa descoberta já tenha sido descoberta, para o aluno foi a primeira vez que a viu. Mesmo que esses mares já tenham sido navegados, mesmo que esses caminhos já tenham sido trilhados. É a primeira vez do aluno. E ele vê-a em toda a sua glória.

Porque devemos dar espaço para voar e não cortar as asas…
Bjinhos,
Anita.

segunda-feira, 1 de junho de 2009

Dia Mundial da Criança

O Sonho, Sebastião da Gama

Pelo Sonho é que vamos,

comovidos e mudos.
Chegamos? Não chegamos?
Haja ou não haja frutos,
pelo sonho é que vamos.

Basta a fé no que temos,

Basta a esperança naquilo
que talvez não teremos.
Basta que a alma demos,
com a mesma alegria,
ao que desconhecemose do que é do dia-a-dia.

Chegamos? Não chegamos?

- Partimos. Vamos. Somos.

in Pelo Sonho é que Vamos


Hoje, dia mundial da criança queria falar dos direitos das crianças. Num mundo onde há tanta injustiça, maldade e falsidade queria trazer-vos aqui, bem escarrapachados, preto no branco, aquilo a que as crianças têm direito. Não o vou fazer.
Decidi que o mais importante hoje (e o que me faz mais sentido neste momento) é falar-vos do que elas nos ensinam, do que nos podem oferecer ou melhor, relembrar.
Lembro-me na minha infância as tardes passadas a ouvir músicas que falavam de sonho, de esperança, de ser capaz de conquistar o mundo, de vencer todas as dificuldades graças às minhas capacidades (COMPETÊNCIAS), graças aos meus amigos (que “viam” aquilo que era). Com a ajuda dos que mais amavam, podia vencer-se tudo. Lembro-me na minha infância as tardes passadas a ver filmes da Disney onde os heróis ou heroínas se me assemelhavam com os seus medos e dúvidas no amanhã, mas que diferença fazia se afinal iam ser capazes de vencer a bruxa malvada, o dragão feroz ou as hienas mal-educadas? Que diferença fazia se afinal o amor vencia e o bem triunfava? Todos os medos, todas as dúvidas desvaneciam-se como o orvalho aos primeiros raios de sol. As cores enchiam-me os olhos de feitos gloriosos e a música enchia-me a alma de certezas e alegria. Lembro-me do Pássaro da Polegarzinha que dizia: “Nada é impossível. Segue o teu coração!”.


Acho que à medida que crescemos (e isto lembra-me o Peter Pan), vamos esquecendo as nossas “armas”, ficamos paralisados com a dúvida, o medo ou o orgulho e o preconceito. Vemos um chapéu onde está um elefante e uma jibóia e não conseguimos “ver” a ovelha dentro de uma caixa. Limitamos o mundo à dura realidade e esquecemo-nos que podemos apimentá-la com a imaginação. Acho que já fui muito mais corajosa do que sou hoje, a vários níveis. E não devíamos ter medo de sonhar, de seguir o nosso coração. E se não fizer sentido algum? E se for um caminho desconhecido? E nos disserem que não existe nada por ali? Pensamos que já conhecemos o mundo? Onde está a ideia de infinito? Onde estão os Deuses e o Olimpo? Onde está a ilha da felicidade ou o paraíso perdido? Passamos as fronteiras físicas, viajamos por terras e mares e agora há que “viajar mil léguas em meu pensamento”.

Tudo isso que vivi na minha infância fez com que visse o mundo com óculos cor-de-rosa. Depois começou a ficar mais claro, com a “realidade” a entrar em cada esquina. No entanto, a fé em Deus e os alicerces construídos na infância não me deixaram desmoronar. Não me impedem de chorar ou que doa no mais fundo da alma, mas não me deixam cair. Dão-me segurança, confiança e esperança.

“Deus quer, o Homem sonha, a obra nasce” (Fernando Pessoa) É pelo sonho que vamos, como diz Sebastião da Gama, Chegamos? Não chegamos? Não importa o destino último, importa a viagem cheia de novas aventuras e novas aprendizagens, cheia de amigos inesperados e de “coincidências” misteriosas.

“É tudo muito bonito… e a falta de tempo? E a falta de dinheiro?”

Eu diria primeiro: “E a falta de sonhos?” Deixámos de sonhar… primeiro aprendamos a sonhar e depois arregacemos as mangas e faremos no nosso dia-a-dia algo melhor. Não podemos mudar o mundo, a sociedade onde vivemos, mas podemos deixar marcas, fazer a diferença. Influenciar esses microssistemas onde estamos inseridos (família, pares, vizinhos próximos, escola/trabalho), “cativar” os outros com palavras e acções. Esses outros levarão consigo essas mesmas ideias. Se construímos uma rede de amigos no hi-5; se mandamos mensagens de pessoas raptadas e cães por dar ou vender; e se no nosso dia-a-dia formos um sinal de amor, de esperança, de sonhos vividos?




Como dizer que não, não é a mesma coisa: “não ver a luz ao fundo do túnel” e “não ter sonhos”… Como explicar? Talvez nem eu entenda bem… Não, não é a mesma coisa: “Não ver a luz ao fundo do túnel” é não ter esperança no amanhã, dormir e pensar que a noite deveria ser eterna, porque os dias sucedem-se iguais. Mas uma noite sem estrelas, isso é que é o “não sonhar”. Se não sonhamos, morremos para o mundo, morremos para a vida, morremos para os outros e para nós mesmos. Não ter sonhos é muito mais grave, muito mais profundo. É não ter nada porque valha a pena viver.


“Vale sempre a pena quando a alma não é pequena” (Pessoa).

E se sonhar,
oh!, ela será enorme, porque vê para além, vê coisas que mais ninguém vê,
oh!, descobre o poço das canções,
oh!, aprende a amar, aos outros e a si próprio.


Muitos Bjinhos,
Anita

sexta-feira, 24 de abril de 2009

O Leitor e a Leitora_interpretações

O Homem que Lê
Eu lia há muito. Desde que esta tarde

com o seu ruído de chuva chegou às janelas.
Abstraí-me do vento lá fora:
o meu livro era difícil.
Olhei as suas páginas como rostos
que se ensombram pela profunda reflexão
e em redor da minha leitura parava o tempo. —
De repente sobre as páginas lançou-se uma luz
e em vez da tímida confusão de palavras
estava: tarde, tarde... em todas elas.
Não olho ainda para fora, mas rasgam-se já
as longas linhas, e as palavras rolam
dos seus fios, para onde elas querem.
Então sei: sobre os jardins
transbordantes, radiantes, abriram-se os céus;
o sol deve ter surgido de novo. —
E agora cai a noite de Verão, até onde a vista alcança:
o que está disperso ordena-se em poucos grupos,
obscuramente, pelos longos caminhos vão pessoas
e estranhamente longe, como se significasse algo mais,
ouve-se o pouco que ainda acontece.

E quando agora levantar os olhos deste livro,
nada será estranho, tudo grande.
Aí fora existe o que vivo dentro de mim
e aqui e mais além nada tem fronteiras;
apenas me entreteço mais ainda com ele
quando o meu olhar se adapta às coisas
e à grave simplicidade das multidões, —
então a terra cresce acima de si mesma.
E parece que abarca todo o céu:
a primeira estrela é como a última casa.

Rainer Maria Rilke, in "O Livro das Imagens" Tradução de Maria João Costa Pereira


A Leitora
A leitora abre o espaço num sopro subtil.

Lê na violência e no espanto da brancura.
Principia apaixonada, de surpresa em surpresa.
Ilumina e inunda e dissemina de arco em arco.
Ela fala com as pedras do livro, com as sílabas da sombra.

Ela adere à matéria porosa, à madeira do vento.
Desce pelos bosques como uma menina descalça.
Aproxima-se das praias onde o corpo se eleva
em chama de água. Na imaculada superfície
ou na espessura latejante, despe-se das formas,

branca no ar. É um torvelinho harmonioso,
um pássaro suspenso. A terra ergue-se inteira
na sede obscura de palavras verticais.
A água move-se até ao seu princípio puro.
O poema é um arbusto que não cessa de tremer.

António Ramos Rosa, in "Volante Verde"

terça-feira, 21 de abril de 2009

Dia Mundial do Livro


23 de Abril (5ªf.)

O dia mundial do Livro e dos Direitos de Autor é comemorado na Faculdade de Letras com algumas actividades, incluindo uma Feira do Livro no Átrio da Biblioteca e uma Jornada onde se irão partilhar as palavras e as experiências.


JORNADA
“TROCA DE PALAVRAS: CONVERSAS EM TORNO DOS
AUTORES, DOS LIVROS E DAS BIBLIOTECAS”

10h00 – 18h00 Anfiteatro III
(inscrição prévia por e-mail)

ENTRADA LIVRE
CERTIFICADO DE PRESENÇA


MANHÃ
10h00 Abertura
Adelaide Serras, Professora
universitária, FLUL

10h15 O livro do mundo e a sua
legibilidade
Teresa Cadete, Professora
universitária, FLUL

10h50 As catedrais da literatura
Fernando Dacosta, Escritor

11h30 Pausa para café

11h50 O livro é reescrito pelo leitor
Casimiro de Brito, Escritor

12h30 A crítica literária
Fernando Martinho, Crítico literário

13h00-14h00 Almoço livre


TARDE
14h00 Ler e calar ou ler e partilhar
Gaspar Matos, Bibliotecário,
Biblioteca Municipal de Sines

14h30 Livros e leituras em ambiente
digital
Paulo Leitão, Bibliotecário,
Biblioteca de Arte da Fundação
Calouste Gulbenkian

15h15 O leitor e a biblioteca: uma
relação de intimidade
Maria Luísa M. Gama, Frequentadora
de bibliotecas, Mestranda na FLUL

16h00 Pausa para café

16h15 Produção gráfica e edição do
livro
João Costa, Professor universitário,
FLUL + Booktailors + Cavalo de
Ferro, Editores

17h15 A Comunidade de Leitores da
Biblioteca da FLUL: relação
com a missão das bibliotecas
universitárias
Lígia Mendes e Ana Filipa Neves,
Coordenadoras de Projecto,
Mestrandas na FLUL

17h45 Encerramento
Maria João Coutinho, Coordenadora
do Serviço de Difusão Cultural,
Biblioteca da FLUL

Informações e Inscrições:
bib.formacao@fl.ul.pt

Boas Leituras!

Anita

quarta-feira, 18 de março de 2009

Os 10 mandamentos para o sucesso

Conquistar um emprego, progredir na carreira ou investir na actividade empresarial são diferentes objectivos associados ao êxito profissional. Diferentes serão também os caminhos a seguir por quem ambiciona sempre chegar mais longe. Ainda assim, todos deverão obedecer aos mesmos mandamentos: os do sucesso.

Numa rubrica habitual do jornal “OJE”, a especialista em coaching e gestão de imagem, Maria Duarte Bello, deu a conhecer o conjunto de normas que, na sua opinião, constituem “Os 10 Mandamentos para Conquistar o Sucesso". Aqui ficam essas regras de ouro para profissionais bem sucedidos.

1º. “Autoconfiança indispensável”
Nem as experiências negativas, nem os comentários das outras pessoas devem abalar a autoconfiança de que quem ambiciona concretizar os seus objectivos.

2º. “Desejar com força”
Deixar para trás medos, nervosismo e indecisões e concentrar atenções no que de facto se deseja é meio caminho andado.

3º. “Ter objectivos concretos”
Fixar objectivos concretos e detalhados é o primeiro passo para os atingir.

4º. “Activar o radar”
Ficar atento às novas oportunidades, que podem estar em qualquer lugar, em qualquer altura.

5º. “Reflectir e actuar”
Antes de partir, seja para que rumo for, é importante reflectir sobre onde estamos e para onde vamos.

6º. “Aprender com o fracasso”
Encarar o insucesso como uma fase de profícua aprendizagem e nunca desanimar.

7º. “Desenhar um plano de acção”
Objectivos pressupõem acções e também elas devem ser planeadas.

8º. “Aproveitar ao máximo”
Tirar partido de qualidades e competências e beneficiar das conquistas alcançadas.

9º. “Saber os ingredientes secretos”
Persistir sempre sem enveredar por caminhos fáceis.

10º. “Missão cumprida”
O sentimento de felicidade inerente às conquistas alcançadas é também essencial à realização pessoal e profissional.



Agora falta aplicar estes "mandamentos" no nosso dia-a-dia.
Tudo de bom.

Anita.

segunda-feira, 9 de março de 2009

Pensamentos...

"Amar alguém
nunca garante que você será amado;
nunca espere amor em troca.
Simplesmente,
espere que o amor cresça no coração das outras pessoas.
Mas se não crescer,
fique feliz
porque ele cresceu no seu coração".

"É verdade
que não sabemos o que temos
até perdermos alguma coisa,
mas é também verdade
que não sabemos
o que temos perdido
até que algo aconteça".

"O verdadeiro optimismo
é construído
pelo confronto dos problemas
e não pela sua negação".

"A confiança
é um edifício
difícel de ser construído,
fácil de ser demolido
e muito difícil de ser reconstruído".


P.S.: Os dois primeiros pensamentos não têm autor, encontrei-os a arrumar umas coisas. Os outros dois são de Augusto Cury in Pais Brilhantes, Professores Fascinantes.

quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

Ano Novo

Queridos leitores, peço desculpa pela minha ausência durante este mês. Mas tive muita coisa para pensar e muito trabalho para fazer. Também me dei conta que ainda não vos desejei um bom ano. Pois bem, deixo aqui os meus votos sinceros dum ano feliz para todos e um poema lindíssimo que recebi de uma amiga. Fica a partilha...

Que posso desejar para o novo ano que já está quase aí?
É fácil, desejo sobretudo que sejas feliz, muito feliz e que tenhas saúde…


Mas como geralmente queremos mais, sempre muito mais, desejo que mantenhas todos os teus sonhos… são eles que fazem valer a pena tudo, mesmo que às vezes pareçam tão difíceis de concretizar.

Desejo-te coisas simples como dias imensos de calmaria, assim como o oceano quando descansa depois de uma tempestade.
Noites de lua cheia para seres sempre surpreendido num regresso a casa.
Estrelas brilhantes sempre presentes que te sirvam de guia nas noites que sintas que estás só.
Mil e um arco-íris para pintar os teus dias de todas as cores, quando sentes tudo cinzento à tua volta.
Brisas suaves, para te fazer sentir a vida lá fora.

Sorrisos, muitos sorrisos, para tu sorrires também.
Silêncio…
Abraços, sentidos, apertadinhos, demorados.
Paciência…
Calor…
Beijos, beijinhos, beijocas …

O sol a aquecer o teu rosto.
Vento forte e ruidoso para afastar de ti tudo o que te faz mal.
Cheirinhos para que te transportem para além de ti mesmo.
Sabores daqui e do mundo para que digas hummm !!!
Viagens.
Conhecimento… livros… filmes… música…
Aventura…
Amizade sem limite…
Amor sem fim…

A ti
Ao Novo Ano
A tudo o que está para acontecer…
Tchim Tchim
Tem um Fantástico 2009


Boa semana,

Anita